Endereço
Praça Bernardo Firmino, em frente ao nº 9

Largo da Matriz de São Gonçalo do Bação.

Entrada franca
Chafariz de Ferro do Largo da Matriz

Chafariz de Ferro do Largo da Matriz

O Chafariz de ferro, situado no largo da Matriz de São Gonçalo do Bação, tem uma altura de dois metros e 10 cm, apresentando em sua base, na parte frontal, um selo em relevo com a seguinte indicação: M. J. Moreira e Cia. Fabricantes 306 S. Pedro. Rio de Janeiro.

Nos almanaques comerciais há menção que esta empresa, que comercializava peças de ferro, com sede no Rio de Janeiro, existia desde pelo menos o ano 1859 (1).

A torneira original foi substituída por uma recente de forma improvisada, mas é uma das poucas que ainda tem água, sendo referência para os turistas e moradores que querem lavar as mãos. Alguns fiéis ao sair da missa na matriz, lavam o rosto no chafariz.

Segundo Raimundo da Cruz dos Santos (morador local conhecido como Nem) em entrevista a Thiago Damasceno em 2004 (Cf. Damasceno, 2004), os chafarizes foram instalados pelo prefeito de Ouro Preto, o Dr. Joaquim Cândido da Costa Sena, sendo que na época São Gonçalo pertencia a Ouro Preto.

“Então o Sr. Joaquim fez uma visita a esse município e na chegada dele, pediu ao Padre Cândido, nosso pároco, que se arranjasse uns votos pra ele, que ele ia ficar muito satisfeito e contribuiria com canos de ferro de uma polegada para trazer a água e que escolhessem uma água num alto que pudesse vir aqui na nossa vila de São Gonçalo. E o Padre Antônio, com toda boa vontade, pediu ao povo religioso daquele tempo que votasse no Joaquim Cândido da Costa Senna. Ele ganhou a política. Ficou sendo prefeito de Ouro Preto e cumpriu a promessa dele, mandou as pranchas de cano até Engenheiro Correia. De Engenheiro Correia para aqui foi transportado em carro de boi, pela ponte que divisa a comarca de Ouro Preto de Itabirito, a ponte da Cidreira, do lado de lá Ouro Preto, do Lado de cá, hoje Itabirito. Naquele tempo não existia a comarca de Itabirito, isso foi em 1910. Em 1914, ligou água na praça, a água caia na praça e jorrava pela terra, não tinha reservatório. E quando passou quatro anos, no final do mandato dele, ele ainda mandou mais cano e que fizessem um reservatório e ligou água nas ruas.”

Está localizado em área gramada livre entre o Beco Antônio Pimenta e a Praça da Matriz, em local de bastante visibilidade. Trata-se de um chafariz de coluna, que além da função de abastecimento de água de forma coletiva, ornamenta a paisagem urbana de forma graciosa e discreta. Executado em ferro fundido, é composto por coluna de ferro assentada sobre base em concreto, com projeção quadrada e arestas chanfradas. A parte inferior desta base recebe acabamento em perfil recortado de forma escalonada. A parte superior deste curto pilar também é arrematada com projeção em maior dimensão, a forma de um capitel, com perfil emoldurado e a borda superior arredondada. A estrutura para apoio dos utensílios para captar água se projeta para a frente, em peça separada, formando uma base circular, também em ferro fundido, com aros concêntricos, vazados, apoiado em mão francesa de ferro vazado composto de meia curva e círculo como contraventamento. A coluna divide-se em três seções: a inferior sem ornamentação; a segunda com estrias largas, verticais, de onde sai a torneira de abastecimento. E a terceira, superior que recebe coroamento a forma de um singelo capitel com ornatos geométricos e florais. Em 2,10 metros de altura.

Narrativa

“Bom lavar a mão neste chafariz antigo… Aqui é muito bonito.” Turista

Segundo a Sra. Divina Espírito Santo, 94 anos, moradora do Solar Moura Lima, os chafarizes foram instalados pelo Prefeito Costa Sena nas ruas principais de São Gonçalo do Bação. Alguns chafarizes já não existem mais, outros foram trocados de lugar. O chafariz de ferro da Rua Nova, por exemplo, originalmente ficava no alto, onde hoje situa-se a caixa de água. Havia assim chafarizes de ferro e de alvenaria de tijolos de barro (no caso, os confeccionados pelo artista José Vitor). Ela se lembra somente de dois chafarizes de ferro.

Os primeiros a terem água encanada dentro de casa foi o padre Antônio Cândido e o seu avô, Zeca de Moura. Depois do apoio dos chafarizes aos demais moradores, foi sendo feito o sistema de encanamento interligando às demais casas, daí os chafarizes vão se tornando relíquias da história e da arte de Bação.

Documentação arquitetônica
Avaliação do estado de conservação/data/sugestões

Continua em uso, com os encanamentos externos em PVC e torneira metálica. Por apresentar maior visibilidade mantém com poucos danos exceto por parte do arremate de topo, em ferro, que se quebrou e a estrutura de ferro que apresenta-se bastante oxidada com orifícios na parte posterior da coluna. Falta a torneira original. Merece um tratamento que contenha a sua oxidação e degradação. Verificar eventual vazamento de água no interior do chafariz. Sugere-se um programa de revitalização dos conjuntos dos chafarizes.

Indicação de registro em outros órgãos patrimoniais e ambientais

Não consta na lista de Bens tombados e Inventariados da Prefeitura de Itabirito e outros.

Observações

-Esse conjunto de inventários foi elaborado exclusivamente com o objetivo de registrar os bens culturais indicados pela comunidade de São Gonçalo do Bação para atender ao programa de sinalização, registro digital e valorização dos Circuitos Becos, Chafarizes e Atrativos Históricos; - O conteúdo dos inventários, caso usado em relatórios, outros tipos de inventários e ou publicações deverá ser devidamente citado, seguindo as regras da ABNT; - A autoria das fotos e a origem do acervo iconográfico (seja acervo pessoal ou familiar) deve ser citada.

Bibliografia
DAMASCENO, Thiago Luiz M. “Chafarizes de São Gonçalo do Bação”. Monografia apresentada no Centro de Educação Tecnológica /CET - Itabirito, 2004.
Responsáveis pelo preenchimento

Alenice Baeta, Cristina Cairo, Hudson Faria e Pedro Loredo.

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