Chafariz de Ferro da Rua Nova
Segundo Raimundo da Cruz dos Santos (morador local conhecido como Nem), em entrevista a Thiago Damasceno em 2004 (Cf. Damasceno, 2004), os chafarizes foram instalados pelo prefeito de Ouro Preto, o Dr. Joaquim Cândido da Costa Sena, sendo que na época São Gonçalo pertencia a Ouro Preto.
“Então o Sr. Joaquim fez uma visita a esse município e na chegada dele, pediu ao Padre Cândido, nosso pároco, que se arranjasse uns votos pra ele, que ele ia ficar muito satisfeito e contribuiria com canos de ferro de uma polegada para trazer a água e que escolhessem uma água num alto que pudesse vir aqui na nossa vila de São Gonçalo. E o Padre Antônio, com toda boa vontade, pediu ao povo religioso daquele tempo que votasse no Joaquim Cândido da Costa Senna. Ele ganhou a política. Ficou sendo prefeito de Ouro Preto e cumpriu a promessa dele, mandou a pranchas de cano até Engenheiro Correia. De Engenheiro Correia para aqui foi transportado em carro de boi, pela ponte que divisa a comarca de Ouro Preto de Itabirito, a ponte da Cidreira, do lado de lá Ouro Preto, do Lado de cá, hoje Itabirito. Naquele tempo não existia a comarca de ltabirito, isso foi em 1910. Em 1914, ligou água na praça, a água caia na praça e jorrava pela terra, não tinha reservatório. E quando passou quatro anos, no final do mandato dele, ele ainda mandou mais cano e que fizessem um reservatório e ligou água nas ruas.”
Assentado junto ao muro frontal de uma residência, apresenta mesmo modelo do encontrado na área na Praça da Matriz de São Gonçalo (ou Praça Padre Bernardo Firmino). Trata-se de um chafariz de coluna, que além da função de abastecimento de água de forma coletiva, ornamenta a paisagem urbana de forma graciosa e discreta. Executado em ferro fundido, provavelmente de fatura europeia, é composto por coluna de ferro assentada sobre base em concreto, esta com projeção quadrada e arestas chanfradas. Parte inferior dela encontra-se semienterrada no piso em gramado. A parte superior deste curto pilar também é arrematada com projeção em maior dimensão, a forma de um capitel, com perfil emoldurado e a borda superior arredondada. A estrutura para apoio dos utensílios para captar água se projeta pra frente, em peça separada, formando a base circular. Esta base também é em ferro fundido, de forma circular, com aros concêntricos, vazados, apoiado em mão francesa de ferro também vazado, composto de meia curva e círculo vazado como contraventamento. A coluna divide-se em três seções: a inferior, sem ornamentação, a segunda, com estrias largas, verticais, de onde sai a torneira de abastecimento, e a terceira, superior, que recebe coroamento em forma de um singelo capitel com ornatos geométricos e florais. Tem 1,79m de altura, considerando estar com sua base aterrada.
Narrativa
Segundo a sra. Divina, moradora do Solar Moura Lima, os chafarizes foram instalados pelo Prefeito Costa Sena nas ruas principais de São Gonçalo do Bação. Alguns chafarizes já não existem mais, outros foram trocados de lugar.
O chafariz de ferro da Rua Nova, por exemplo, originalmente ficava no alto, onde hoje se encontra a caixa de água. Tinham assim chafarizes de ferro e de barro (no caso, os confeccionados pelo artista José Vitor). Ela se lembra só de dois chafarizes de ferro.
Avaliação do estado de conservação/data/sugestões
Em estado de abandono e desuso, perdeu parte do arremate de topo e está com a base semi enterrada. A estrutura de ferro apresenta-se bastante oxidada. Falta a torneira original. Merece um tratamento que contenha a sua oxidação. Sugere-se um programa de revitalização dos conjuntos dos chafarizes.
Indicação de registro em outros órgãos patrimoniais e ambientais
Não consta na lista de Bens tombados e Inventariados da Prefeitura de Itabirito e outros.
Observações
-Esse conjunto de inventários foi elaborado exclusivamente com o objetivo de registrar os bens culturais indicados pela comunidade de São Gonçalo do Bação para atender ao programa de sinalização, registro digital e valorização dos Circuitos Becos, Chafarizes e Atrativos Históricos. - O conteúdo dos inventários, caso usado em relatórios, outros tipos de inventários e ou publicações deverão ser devidamente citados, seguindo as regras da ABNT. - A autoria das fotos e a origem do acervo iconográfico (seja acervo pessoal ou familiar) devem ser citadas.
Responsáveis pelo preenchimento
Alenice Baeta, Cristina Cairo, Hudson Faria e Pedro Loredo.