Beco da Fonte Grande
Antigo Beco ladeado por muros de alvenaria de pedra e calçamento também pétreo, que se inicia no Largo da Matriz (onde se situa o casarão Moura Lima) e ao final, na parte baixa, se encontra uma antiga fonte ou tanque que recebia água por um rego. Na fonte os antigos moradores buscavam água, se banhavam e lavavam roupas, pelo menos até os primeiros decênios do século XX. Era um antigo local de convívio social. Hoje o sítio histórico se encontra visualmente abandonado, precisando de uma limpeza orientada e revitalização patrimonial.
Dos becos é o que tem maior extensão, nasce na Praça da Matriz ou Praça Padre Bernardo Firmino junto à bifurcação do Beco do Rosalino. A partir da Praça percorre-se trecho em declive até chegar ao sítio onde se assentava a Fonte Grande. É caminho de interligação entre a Praça da Matriz ou Praça Padre Bernardo Firmino e o alto da rua Padre Cândido.
Balizado pelos muros em pedra seca dos fundos das áreas dos quintais, em um lado correspondente ao Solar Moura Lima, mantém muitos trechos com o revestimento em pedras irregulares originais. Interessante observar que era área de descarte de lixo doméstico colocados dentro de tambores metálicos. Ali se encontra o registro de modos de viver em data ainda não identificada. Como estão semi enterrados no terreno, observa-se alguns objetos expostos. De incomparável beleza cênica, a vegetação composta por árvores de grande porte das áreas, que ladeiam o beco, criam um túnel até o ponto de cota mais baixa onde encontra-se o local da Fonte Grande, e por onde passa um curso d’água que alimentava essa área utilizada pelas lavadeiras.
Percurso com forte declive numa extensão de 350,00 metros
Narrativa
Segundo a Sra. Divina, dona do Solar Moura Lima (casarão vizinho ao beco), a água era muito boa e limpa. As águas que emanavam nos chafarizes seriam captadas na Serra do Lessa, com o apoio de regos e canos.
O prefeito Dr. Sena instalou os chafarizes de ferro e de alvenaria de tijolinhos (construídos pelo artista José Vitor), visando melhorar a rede de abastecimento de água em pontos estratégicos nas ruas de Bação. Isto ocorreu no início do século XX.
As primeiras casas onde foram instalados canos internos de abastecimento de água foram o Solar Moura Lima, na ocasião do Sr. Zeca Lima, avô de D. Divina, e na casa do Padre Antônio Cândido. Após a instalação de encanamento para as residências, a fonte e os chafarizes se tornaram relíquias históricas e artísticas de Bação – sítios históricos de grande importância patrimonial.
Avaliação do estado de conservação/data/sugestões
O Beco possui declividade e sinais de erosão. Foram colocados pneus e tambores em alguns pontos por moradores, possivelmente, visando segurar sedimento. Devia ser totalmente calçado no passado. Há trechos com pedras, mas muitas parecem ter sido retiradas do local, desfigurando a paisagem original. As maiores ameaças são os possíveis parcelamentos do solo que impliquem na construção de edificações ao longo do seu percurso que, por consequência, geram tráfego de veículos - atualmente, apenas de duas rodas - a eliminação de espécies vegetais, desmonte dos muros para reutilização das pedras, falta de conservação, drenagem de águas pluviais.
Indicação de registro em outros órgãos patrimoniais e ambientais
Consta na lista de Bens Inventariados da Prefeitura de Itabirito.
Observações
-Esse conjunto de inventários foi elaborado exclusivamente com o objetivo de registrar os bens culturais indicados pela comunidade de São Gonçalo do Bação para atender ao programa de sinalização, registro digital e valorização dos Circuitos Becos, Chafarizes e Atrativos Históricos; - O conteúdo dos inventários, caso usado em relatórios, outros tipos de inventários e ou publicações deverá ser devidamente citado, seguindo as regras da ABNT; - A autoria das fotos e a origem do acervo iconográfico (seja acervo pessoal ou familiar) deve ser citada.
Bibliografia
DAMASCENO, Thiago Luiz M. “Chafarizes de São Gonçalo do Bação”. Monografia apresentada no Centro de Educação Tecnológica /CET - Itabirito, 2004. |
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Responsáveis pelo preenchimento
Alenice Baeta, Cristina Cairo, Hudson Faria e Pedro Loredo